24 de abr. de 2017

13 razões


13 razões, 13 motivos, acho que somando todas as cicatrizes e feridas ainda abertas ultrapassariam os 13 e se precisasse de cada fita para tal, perderia a conta de tantos lados A e B seriam necessários para gravar. Mas será mesmo que expor tantas razões valeriam a pena? Será que as pessoas merecem saber o quanto são pequenas e fracas por contribuir com o sofrimento de outra pessoa? Afinal de contas, nosso sentimento jamais será compreendido.

As lágrimas que caíram na hora errada no rosto de uma criança inocente, confusa, que no fundo só queria ter uma vida "normal", as palavras agressivas expressadas ou até mesmo descontadas por quem se mais amou na vida, um dia fez sentido e marcou para sempre no subconsciente tornando-a uma adulta insegura e desmotivada.

A rebeldia de uma adolescente que no fundo só queria paz e muitas vezes calar as vozes que ecoavam na alma perturbando e tirando por ora o sono. A indecisão do caminho a seguir e ao mesmo tempo a selvagem vontade de viver cada segundo como se fosse o último.

A necessidade inconstante de amar e ser amada, as dúvidas da própria identidade, a outra metade da vida que foi tirada de mim. Os rostos vazios que sempre via na multidão querendo encontrar respostas e peças que se encaixassem na minha história.

A culpa que nunca foi minha por ser quem eu sou. As amizades erradas. Os amores não correspondidos. O mal caratismo humano. O mentiroso amor da minha vida, o sonho mais próximo de ser realizado que virou trauma.

Hoje a ansiedade, a confusão, a sede, a fome de viver em liberdade. A busca de respostas, a busca por mim mesma. Talvez se eu conseguisse desintegrar tudo isso que escrevi e colocasse riqueza de detalhes poderiam virar 13 ou milhões de motivos para não viver.